......... Informações sobre sua origem
Decoupage tem uma história longa e fascinante. Através dos séculos esta arte impressionou várias personalidades como: Maria Antonieta, Madame de Pompadour, Lord Byron, Beau Brummel e alguns contemporâneos com os pintores Matisse e Picasso.
No século XII, na China, camponeses costumavam recortar formas de papel para decorar janelas, lâmpadas e outros utensílios. A origem porém provem presumivelmente de povos da Sibéria, mas os chineses fascinados pela técnica a desenvolveram levando-a a um elevado grau de perfeição.
Na Europa poloneses e alemães também utilizaram durante séculos a arte de decorar com papel recortado. Em especial na Polônia se desenvolveu a forma de cortar o papel dobrado em longas tiras para decorar janelas ou prateleiras. Os motivos recortados eram inspirados em elementos da Natureza – plantas, animais – ou cenas da vida cotidiana.
O nascimento da técnica Decoupage como hoje se pratica deve ser buscado no século XVII, época em que se tornaram conhecidos e populares na Europa movéis e utensílios com acabamento em laca, que provinham do extremo oriente. A demanda de pedidos de tais móveis e utensílios tornou-se tamanha que os produtores orientais não davam conta. Em Veneza artesãos aproveitaram esta situação para começar a produzir imitações desta peças (método denominado lacca contrafatta). Algumas corporações de artesão começaram a fabricar cópias de peças famosas. Recortavam-se desenhos previamente elaborados por jovens artistas, que eram então colados nas peças e depois envernizados tantas vezes quanto necessário, até não mais se perceber que se tratava de uma colagem. Parecia que o desenho havia sido feito direto na madeira, como na técnica oriental original. Deste modo começou a produção de peças imitadas daquelas que só eram conseguidas por importação do Japão ou da China.
As artes orientais em geral encontraram muito interesse tanto na Europa como na América: sedas refinadas, porcelana e utensílios de laca. No século XVII firmas inglesas e holandesas enriqueceram trazendo para o ocidente semelhantes produtos. Neste período cresce também no ocidente a produção de peças inspiradas em técnicas orientais ou as técnicas de imitação. Surge literatura ilustrando ornamentos orientais, como por exemplo a obra de John Stalker (Londres) e George Parker (Oxford) “A Treatise of Japanning and Varnishing” (Um tratado sobre Japanning e Envernizamento) - “Japanning” foi a expressão que se usou inicialmente para o que hoje se denomina Decoupage. Este livro apresentava não apenas ornamentos orientais, mas demonstrava como se podia colar e preparar peças com esta técnica. Em Boston (Estados Unidos) também se desenvolveu o interesse por estes trabalhos, lá se encontram diferentes trabalhos executados naquela época entre eles há um famoso relógio de pé, construído por Gaven Brown e decorado por Thomas Johnson, experto na técnica de “japanning” daquele período.
No ano 1760, em Londres, apareceu o livro “The Ladies Amusment – The art of japanning made easy” (Entretenimento para senhoras – como fazer fácil a arte de ‘japanning’) que foi um tipo de manual para artesões que desejavam aprender e aprimorar a técnica imitativa de utensílios de laca. O maior interesse surgiu porém entre senhoras das altas classes sociais, que com a orientação desta obra, dedicavam-se a confeccionar objetos.
No século XVII era comum contratarem-se artistas para decorar com suas pinturas paredes, tetos, portas e janelas das casas. Era algo custoso, não acessível a todos, e demorado, pois requeria longo tempo até secagem completa da pintura. Com o tempo cresceu a demanda e os artistas não podiam atender a todos. Aqui também surgiu uma forma alternativa, para atender às necessidades e ao bolso dos diferentes clientes: tomavam-se desenhos previamente elaborados por outros artistas que eram então colados e envernizados. Assim surgiu uma técnica denominada l’arte del povero – arte dos pobres.
Nos séculos XVIII e XIX esta arte se popularizou na Europa e destacou-se até mesmo na corte de Luis XV (França). A alma artística as cortesãs francesas se dedicou com empenho à confecção de um sem número de elaboradas obras de arte. Artistas como Boucher, Watteau, Fragonard, Pillement forneceram seus desenhos e pinturas para serem utilizados nesta técnica.
Neste contexto deve-se mencionar a inglesa Mary Delaney (1700-1788), uma dama com muito humor e criatividade que participava dos círculos de amizade do Rei Jorge III e sua esposa Charlotte, e que na idade de 71 anos começou a confeccionar peças colando papéis de seda colorido desenhados com motivos de plantas. Realizou tal atividade até o fim de sua vida. Suas obras encontram-se hoje expostas no Museu Britânico em Londres. Como ela, várias damas da nobreza se interessaram pela técnica de Decoupage.
Na Inglaterra vitoriana (século XIX) desenvolveu-se principalmente uma forma sentimental, romântica de decoupage utilizando motivos florais e de plantas. É nesta época que paralelamente se popularizava o uso de cartões decorados com mensagens de amor, papéis com impressão em alto relevo... enfim estava na moda o gosto por decorar! Nas casas de muitas famílias, até mesmo as babás ensinavam às crianças como decorar pequenos objetos.
Na atualidade a decoupage vive um segundo ressurgimento. Existem em todo o mundo organizações, fundações, corporações que reúne artistas em decoupage. As mais conhecidas entre elas encontram-se nos EUA , Austrália, África do Sul, Japão, Inglaterra e Itália. Nos EUA Hiramow Manningow tentou reunir os melhores artistas do ramo e apresentou ao grande público formas e técnicas para fazer decoupage. Em 1972 criou-se uma fundação norte-americana com esta finalidade, tornando assim esta técnica muito popular naquele país e com alto nível.
O nome decoupage surgiu no século XX e provem do termo francês que significa recortar. Com os papéis recortados podem-se então criar composições coladas sobre uma base previamente preparada. A forma clássica consiste em envernizar 30, 40 vezes ou mais, lixando após cada demão de verniz, até se conseguir uma superfície lisa, onde não se percebe que a imagem foi colada. As imagens de papel podem se coladas sob vidro ou colocadas de tal modo umas sobre outras para que criem a impressão de tridimensionalidade. São apenas alguns exemplos de como esta técnica se desenvolveu ao longo dos tempos e na atualidade apresenta sempre novas tendências.
Texto elaborado a partir de National Guild of Decoupeur
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