sábado, 1 de janeiro de 2011

Decoupage



           .........  Informações sobre sua origem

Decoupage tem uma história  longa e fascinante.  Através dos séculos esta arte impressionou várias personalidades como: Maria Antonieta, Madame de Pompadour, Lord  Byron, Beau Brummel e alguns contemporâneos com os pintores Matisse e Picasso.
No século XII, na China,  camponeses  costumavam  recortar formas de papel  para decorar janelas, lâmpadas e outros utensílios. A origem porém provem presumivelmente de povos da Sibéria,  mas os chineses fascinados pela técnica a desenvolveram  levando-a a um elevado grau de perfeição. 
Na Europa poloneses e alemães também utilizaram  durante séculos a arte de decorar com papel recortado.  Em especial na Polônia se desenvolveu a forma  de cortar o papel dobrado em longas tiras  para decorar janelas ou prateleiras.  Os motivos recortados eram inspirados em elementos da Natureza – plantas, animais – ou cenas da vida cotidiana.
O nascimento da técnica Decoupage como hoje se pratica deve ser buscado no século XVII,  época em que se tornaram conhecidos e populares na  Europa movéis e utensílios com acabamento em  laca, que provinham do extremo oriente.  A demanda de pedidos  de tais móveis e utensílios tornou-se tamanha que os produtores orientais não davam conta. Em Veneza artesãos aproveitaram esta situação para começar a produzir imitações desta peças (método denominado lacca contrafatta). Algumas corporações de artesão começaram a fabricar cópias de peças famosas.    Recortavam-se desenhos previamente elaborados por  jovens artistas, que eram então colados nas peças e depois envernizados tantas vezes quanto necessário, até  não mais se perceber que se tratava de uma colagem.  Parecia que o desenho havia sido feito direto na madeira, como na técnica oriental original.  Deste modo começou a produção de peças imitadas daquelas que só eram conseguidas por importação do Japão ou da China.
As artes orientais em geral encontraram muito interesse tanto na  Europa como na América: sedas refinadas, porcelana e utensílios de laca.  No século XVII firmas inglesas e holandesas enriqueceram trazendo para o ocidente semelhantes produtos.  Neste período cresce também no ocidente a produção de peças inspiradas em técnicas orientais ou as técnicas de imitação.  Surge literatura ilustrando ornamentos orientais, como por exemplo a obra de John Stalker (Londres) e George Parker (Oxford) “A Treatise of Japanning and Varnishing” (Um tratado sobre Japanning e Envernizamento)  -  “Japanning” foi a expressão que se usou inicialmente para o que hoje se denomina Decoupage.  Este livro apresentava não apenas ornamentos orientais, mas demonstrava como se podia colar e preparar peças com esta  técnica.  Em Boston (Estados Unidos) também se desenvolveu o interesse por estes trabalhos, lá se encontram diferentes trabalhos executados naquela época entre eles há um famoso relógio de pé, construído por Gaven Brown e decorado por Thomas Johnson, experto na técnica de “japanning” daquele período.
No ano 1760, em Londres, apareceu o livro “The Ladies Amusment – The art of japanning made easy” (Entretenimento para senhoras –  como fazer fácil a arte de ‘japanning’) que foi  um tipo de manual para artesões que desejavam aprender e aprimorar a técnica imitativa de utensílios de laca.  O maior interesse surgiu porém entre senhoras das altas classes sociais, que com a orientação desta obra, dedicavam-se a confeccionar objetos.  
No século XVII era comum contratarem-se artistas para decorar com suas pinturas paredes, tetos, portas e janelas das casas.  Era algo custoso, não acessível a todos, e demorado, pois requeria longo tempo até secagem completa da pintura.  Com o tempo cresceu a demanda e os artistas não podiam atender a todos.  Aqui também surgiu uma forma alternativa, para atender às necessidades e ao bolso dos diferentes clientes:  tomavam-se  desenhos previamente elaborados por outros artistas que eram então colados e envernizados.  Assim surgiu uma técnica denominada l’arte del povero – arte dos pobres.
Nos séculos XVIII e XIX esta arte se popularizou na Europa e destacou-se até mesmo na corte de Luis XV (França).  A alma artística as cortesãs francesas se dedicou com empenho à confecção de um sem número de elaboradas obras de arte.  Artistas como Boucher, Watteau, Fragonard, Pillement forneceram seus desenhos e pinturas para serem utilizados nesta técnica. 
Neste contexto deve-se mencionar a  inglesa Mary Delaney (1700-1788), uma dama com muito humor e criatividade que participava dos círculos de amizade do Rei Jorge III e sua esposa  Charlotte, e que na idade de 71 anos começou a confeccionar peças  colando  papéis de seda colorido desenhados com motivos de plantas.  Realizou tal atividade até o fim de sua vida.  Suas obras encontram-se hoje expostas no Museu Britânico em Londres.  Como ela, várias damas da nobreza se interessaram pela técnica de Decoupage.
Na Inglaterra vitoriana (século XIX) desenvolveu-se principalmente uma forma sentimental, romântica de decoupage utilizando motivos florais e de plantas.   É nesta época que paralelamente  se popularizava o uso de cartões decorados com mensagens de amor,  papéis com impressão em alto relevo... enfim estava na moda  o gosto por decorar!  Nas casas de muitas famílias, até mesmo as babás ensinavam às crianças como decorar pequenos objetos.
Na atualidade a decoupage  vive um segundo ressurgimento.  Existem em todo o mundo organizações, fundações,  corporações  que reúne artistas em decoupage.  As mais conhecidas entre elas encontram-se nos EUA , Austrália, África do Sul, Japão, Inglaterra e Itália.  Nos EUA  Hiramow Manningow  tentou reunir os melhores artistas do ramo e apresentou ao grande público formas e técnicas para fazer decoupage. Em 1972 criou-se uma fundação norte-americana com esta finalidade, tornando assim esta técnica muito popular naquele país e com alto nível.
O nome decoupage surgiu no século XX e provem do termo francês que significa recortar.  Com os papéis recortados podem-se então criar composições coladas sobre uma base previamente preparada.  A forma clássica consiste em envernizar 30, 40 vezes ou mais, lixando após cada demão de verniz, até se conseguir uma superfície lisa, onde não se percebe que a imagem foi colada.  As imagens de papel podem se coladas sob vidro ou  colocadas de tal modo umas sobre outras para que criem a impressão de tridimensionalidade.   São apenas alguns exemplos de como esta técnica se desenvolveu ao longo dos tempos e na atualidade apresenta  sempre novas tendências.   

Texto elaborado a partir de  National Guild of Decoupeur

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